terça-feira, 29 de outubro de 2013

O Evangelho de Mateus - Sombra do Que Viria

Mas em Gênesis antevemos a teocracia judaica, na qual o governo se encontra diretamente nas mãos de Deus; essa é a razão de haver sido dividido em doze seções. Duas vezes mais, ou seja, em Números 3.1 e em Rute 4.18, encontramos a expressão “as gerações de”, somando treze o total das ocorrências no Antigo Testamento, e treze é o número da apostasia , porque é exatamente isso que a Lei traz à tona5! Mas, como já vimos, esta expressão ocorre uma vez mais (e isso pela última vez nas Escrituras Sagradas) no primeiro versículo do Novo Testamento, somando assim catorze aparições no total, e a décima quarta vez é “Livro da genealogia de Jesus Cristo”. Quão profundamente significativo e sugestivo é isso! Catorze é 2 x 7, e dois significa (dentre outras coisas) contraste ou diferença, e sete é o número da perfeição e daquilo que é completo — e que completa diferença não fez a vinda de Jesus Cristo!
“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi , filho de Abraão” (Mateus 1.1). Esses
títulos de nosso Salvador têm, no mínimo, triplo significado. Em primeiro lugar, ambos O
associam com Israel: “Filho de Davi” O vincula ao trono de Israel, enquanto “Filho de Abraão” o vincula à terra de Israel. Em segundo lugar, “Filho de Davi” O restringe a Israel, enquanto
“Filho de Abraão” é mais amplo em seu alcance, chegando até os gentios, porque a promessa
original de Deus era que em Abraão seriam “benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12.3).
Em terceiro lugar, como assinalou o Dr. W. L. Tucker, esses títulos correspondem com
exatidão à dupla divisão estrutural do Evangelho de Mateus6. Até 4.16, temos a Introdução, e
4.17 abre a primeira divisão do livro, ao dizer “Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer:
Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”. Essa seção trata do ministério oficial
de Cristo e O apresenta como o “Filho de Davi”. A segunda seção começa em 16.21, onde
lemos: “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era
necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia”. Essa seção trata, sobretudo, da obra
sacrificial de Cristo, como o “Filho de Abraão”, tipificado outrora por Isaque, oferecido no 
altar.
Por Que Quatro Evangelhos? — A. W. Pink 

A Promessa do Novo Céu

II Pedro 3: 9 – 14

Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.

Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão.

Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade,

Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?

Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.

Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.


Longanimidade efetiva e objetiva, “para conosco”, em não retardar a promessa, e, não deixando nenhum destes perder-se, pois é dito que Ele não quer que alguns se percam. Se O Senhor quer, está feito, não nos perderemos.

O dia da vinda do Senhor não será surpresa para os seus, ainda que seja como um ladrão de noite, suas ovelhas naquele dia estarão vigilantes e não serão surpreendidas. Mesmo que durmam suas lâmpadas estarão com azeite para se encontrarem com o esposo. Mesmo que durmam, serão despertadas com a notícia “aí vem o esposo”.

Uma imagem de terror, assombramento e destruição – elementos ardendo se desfazendo, desintegração da terra e do cosmos. Que tipo de gente devemos ser, enquanto aguardamos a vinda do Senhor Jesus? Esta mensagem desperta pressa, pois alguns acham que a vinda do Senhor tarda, “apressando-vos”. Mas também a ordem é para aguardar, com paciência e certeza, o dia vem.

Imaculados, irrepreensíveis em paz. Sem mácula, aprovado integralmente pelo Senhor. Irrepreensível, este não leva mais bronca, não é mais chamado atenção e o Senhor tem paz com ele e ele com Deus.

Aguardando novo céu e nova terra em que habita a justiça. A promessa de Deus é a confiança de que o que temos agora seja bom, ou seja, mal; é passageiro. A promessa nos preserva do desfalecimento pela coisa ruim, e do ensoberbecimento pela boa. A promessa mostra longanimidade de Deus e juízo destruidor contra o desobediente – início para alguns, fim para outros.




segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Não Posso

Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher:
- É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente:
- Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.
Então a serpente disse à mulher:
- Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
Gênesis 3: 1 - 6

Não posso:
Comer do fruto, mas quero
Ser Deus, mas penso ser
Me esconder, mas tento
Me cobrir, faço o que posso
Viver no jardim de Deus

Não posso
Não me contaram a verdade
Me disseram somente
“Serás como Deus”

Não posso
Jesus pode – sem Ele nada posso – João 15:7
Jesus pode – com Ele tudo posso – Filipenses 4: 13

Não posso
Primeiro o Senhor diz que não posso
Depois descubro que não posso

Por fim sei que só o Senhor pode.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Um novo reino um novo rei uma nova lei.


Vivemos numa nova era em que o certo é errado e o errado é certo. Um tempo em que Jesus tem falado que viria. Chegou; “e por se multiplicar a iniquidade o amor de muitos esfriaria”. Um tempo em que algumas igrejas agem como todo mundo.
E aborrece ver o direito do estado ser subvertido por um grupo de baderneiros sempre prontos a destruir e a serem defendidos em suas injustiças. Ver a segurança pública sendo acusada de injustiça por procurar colocar ordem. Aborrece ver a destruição da autoridade doméstica por uma pregação de todos os lados que nossos filhos não podem ser corrigidos, os professores nem os governantes podem ser autoridade. E ver também que o pastor da igreja, tem tantos impedimentos. Aborrece ver a subversão do casamento em que a família que gera através de um homem e de uma mulher não é mais para ser o comum e o natural. E se alguém se manifestar contra essa degeneração familiar é perseguido por muita gente.
Aborrece; no entanto, não nos tira a esperança, muito pelo contrário, aumenta-a, pois que Jesus diz que essas coisas começando a acontecer a nossa redenção estava próxima e era para olharmos para cima. Nem é também para nos engajarmos como lutadores pelas coisas desta vida como se pertencêssemos a este reino conturbado e agonizante, pois nosso reino não é deste mundo. Nem mesmo desistirmos de crucificarmos nossa carne pela luta ser muita, e a grande maioria estar fazendo o que todo mundo faz. Lembre-se quando Elias disse para Deus que estava só em sua fidelidade, o Senhor fala para ele, “sete mil eu reservei, que não dobraram seus joelhos a Baal”. O Senhor preserva os seus.
Quando oramos pedindo ao Senhor, venha o teu reino, começamos a não somente saber que o reino de Deus é diferente, mas que somos diferentes num reino que não é nosso, pois que o mundo jaz no maligno. Se queremos o reino de Deus, queremos Jesus como Rei e sua Palavra como a constituição de nosso reino. Um embaixador em terra estranha sabe a quem representa, não é cidadão do lugar, ainda que fale a língua, como da comida, e habite ali, mas ele não é dali, tem alguns direitos, mas muitas restrições.
I Pedro 2: 11- 17
Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma; Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem.
Sujeitai-vos, pois, a 
toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; Quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem. Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos; Como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus.
Honrai a todos.
Amai a fraternidade.
Temei a Deus.
Honrai ao rei.


Não é justo um cidadão de outro país se meter nos assuntos do nosso. Não é justo para um cidadão do reino do céu se meter nos assuntos desta terra.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O Evangelho de Mateus - A Vida e a Morte


A primeira coisa que nos chama a atenção é o primeiro versículo. Deus, em Sua terna
graça, pendurou a chave bem na entrada. O versículo inicial é o que abre o conteúdo deste
Evangelho: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. As primeiras
quatro palavras deste verso são apenas duas no grego: Biblos geneseos . Essas duas palavras
indicam a peculiar característica judaica dessas porções iniciais deste Evangelho, porque são
uma expressão do Antigo Testamento. É digno de nota que esta expressão que inicia o Novo
Testamento também se encontra praticamente no início do primeiro livro do Antigo
Testamento: em Gênesis 5.1, lemos: “Este é o livro da genealogia de Adão”. Quase nem é
necessário dizer que esta palavra “genealogia” significa “a história de”. Estes dois “livros” — o
livro da genealogia de Adão e o livro da genealogia de Jesus Cristo — bem poderiam ser
denominados o Livro da Morte e o Livro da Vida. Em torno desses dois livros gira não apenas a Bíblia toda, mas também a essência do destino de toda a humanidade. Quão apropriadamente essa expressão, que se encontra no início de Gênesis e no início de Mateus, salienta a unidade dos dois Testamentos!
No livro de Gênesis, temos o relato de onze diferentes “genealogias” ou histórias,
começando com a “gênese dos céus e da terra”, e por último a “história de Jacó” — veja 2.4;
5.1; 6.9; 11.10; 11.27; 25.12; 25.19; 36.1; 36.9; 37.2 — de forma que o primeiro livro da
Bíblia se reparte em doze seções, e o número doze é o número do governo divino, assunto esse que nos é apresentado em Gênesis: Deus governa soberanamente. De Êxodo a Daniel, encontramos o governo delegado a Israel, e de Daniel em diante esse governo passa às mãos dos gentios. 
Por Que Quatro Evangelhos? — A. W. Pink 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Em Romanos nove

Agora de catorze até vinte e quatro, dando continuidade ao texto “Vamos entrar em romanos nove”.

Rm 9:14 Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.
Rm 9:15 Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.
Rm 9:16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
Rm 9:17 Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
Rm 9:18 Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.
Rm 9:19 Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?
Rm 9:20 Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?
Rm 9:21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
Rm 9:22 E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição;
Rm 9:23 Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,
Rm 9:24 Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?

O oleiro é senhor sobre toda a massa de barro que ele tem, pode fazer vasos das mais variadas utilidades e valor. Deus é o oleiro, que tem somente duas qualidades de vasos, feitos por Ele para dois tipos de função – um vaso recebe honra e outro desonra, um recebe misericórdia e o outro, ira de Deus.

Por causa desse escrito, este capítulo nove é negligenciado, esquecido e quando lembrado é distorcido, mesmo apresentando toda essa clareza de texto e comparação. O oleiro faz o que quer do vaso, e isso não será nunca, jamais considerado injustiça, pois o Senhor é  Deus, não nós. Há injustiça da parte de Deus por ele predestinar uns para honra e outros para desonra? Há injustiça se fizermos uma casa e depois efetuarmos mudanças ou mesmo jogá-la ao chão?

Deus diz a Moisés em Êxodo 33:19 antes de passar sua bondade por ele: “Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” – misericórdia de Deus não é para todos os  homens, ainda que saibamos que Ele é misericordioso, no entanto suas misericórdias são para quem Ele desejar usar.

Não depende de nós querermos receber suas misericórdias ou rejeitar. Basta lembrar que sem Jesus nenhum de nós queremos conversa com o Criador. Que o nosso ajuntamento a Deus se deu com muita resistência e fugas de nossa parte, com isso percebemos de fato, que não depende do que quer, pois não queríamos. Não depende nem do que quer, nem do que corre. Se corríamos era para longe do Salvador, se Deus não se compadecesse previamente de alguns, nenhum de nós se salvaria. Não o escolhemos, Ele nos escolheu.

Faraó foi um grande e poderoso rei, levantado, engrandecido por Deus, tanto em riqueza como em honra, para que ao ser derrubado sem mãos humanas, o mesmo que o levantara pudesse ser honrado por aqueles que são libertados e também por outros povos. José enriquecera o Egito e seus faraós quatrocentos anos antes, pelas revelações e direção de Deus, “para isto mesmo te levantei, para em ti mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra” – Deus não se compadeceu de Faraó, mas o endurece. Ele se compadece de quem quer, e endurece a quem quer. Por que Ele faz assim?Porque Ele é Deus criador, administrador, quem dá a vida e quem a tira, Ele estabelece decretos eternos para que seja assim. O que diremos? Isso é injustiça? Ou, o que nós podemos fazer se o poder é todo dEle? Onde fica então o livre arbítrio?

Fico pensando quando os religiosos do tempo de Paulo, estudiosos e mestres do Livro de Deus, mas inimigos da graça de Cristo Jesus tiveram contato com esse escrito de Romanos nove ficam raivosos a ponto de desejarem sua morte. Este ensino revelado a Paulo é afrontoso aos que pensam que as coisas de Deus são feitas da nossa maneira, e não da dEle. Por isso é dito: “Mas ó homem quem és tu que a Deus replicas?” você é somente um homem.  “Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?”

Vasos preparados pelo oleiro para a perdição, vasos predestinados para não serem salvos por Jesus. Alguns desses não ouvirão a mensagem do evangelho, outros crerão e até participarão dele, mas são feitos para Deus depositar neles sua ira e colocados no lugar de ira eterna. Os vasos da ira blasfemam contra o Espírito Santo, agridem a amada de Jesus, são rebeldes, insensatos, e em todas as gerações são encontrados, mas Deus os suporta com muita paciência – Judas Iscariotes foi um deles, (João  6: 70 e 17:12) filho da perdição, um diabo pelo qual Jesus não morreu na cruz. Um vaso de ira que não é transformado de maneira alguma em vaso de misericórdia.

Já os vasos de honra que o apóstolo se identifica com eles, são chamados por Deus não só entre os judeus, mas também entre os gentios – por isso é dito por Jesus “Porque Deus amou o mundo de tal maneira”. Nosso Deus tem vasos de misericórdia prontos para serem chamados, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios. Eles serão enchidos de graça e misericórdia que transbordarão para honra e glória do pai do céu e deles mesmos no tempo próprio.

Tudo preparado com antecedência, os planos de Deus são melhores que os nossos, são perfeitos, Ele tem plano para os dois tipos de vasos, não é tão importante saber que vasos somos, como em obedecer a tudo o que o Senhor Jesus nos tem mandado, então ele nos estabelecerá em certeza, firmeza e em glória e honra eternas.


O Evangelho de Mateus

Existiu um homem crente em Cristo Jesus chamado Arthur Pink, Ele tem muito a nos ensinar. Do seu livro "Por Que Quatro Evangelhos? ", selecionamos partes relativas ao evangelho de Mateus.



O Evangelho de Mateus rompe o longo silêncio que seguiu o ministério de Malaquias, o
último profeta do Velho Testamento. Esse silêncio se estendeu por quatrocentos anos, durante os quais Deus como que Se ocultou aos olhos de Israel. Durante esse tempo, não houve manifestações angélicas, e nenhum profeta falou da parte de Jeová; e, embora o povo escolhido tenha sido grandemente afligido, não houve nenhuma intervenção divina em seu favor. Por quatro séculos, Deus Se calou, remetendo o Seu povo à Sua Palavra escrita. Inúmeras vezes, Deus havia prometido enviar o Messias e, a partir dos tempos de Malaquias, os santos do Senhor ansiosamente aguardavam o aparecimento do Prometido. É nesse ponto que o Evangelho de Mateus apresenta Cristo como Aquele que cumpre as promessas feitas a Israel e as profecias relacionadas ao seu Messias. Essa é a razão por que a palavra “cumprir” ocorre quinze vezes em Mateus, e porque nesse primeiro Evangelho ocorrem mais citações do Antigo Testamento do que em todos os outros Evangelhos juntos.

A posição que o Evangelho de Mateus ocupa no cânon sagrado indica o seu objetivo: ele
aparece imediatamente depois do Antigo Testamento, e logo no início do Novo. Ele se constitui no elo entre os dois Testamentos. Ele tem, portanto, esse elemento de transição em suas características, e é mais judeu do que qualquer outro livro do Novo Testamento.

Mateus revela Deus apelando ao Seu povo do Velho Testamento e lidando com ele; apresenta o Senhor Jesus de forma distinta vivendo relacionamentos judaicos; e é o único dos quatro Evangelistas que registra a seguinte declaração do Messias: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (15.24). A posição numérica dada ao Evangelho de Mateus na biblioteca divina confirma o que dissemos acima, porque, o fato de ser o quadragésimo livro nos mostra Israel no lugar da provação, sendo testado pela presença do Messias em seu meio.

Apresentação
Mateus apresenta o Senhor Jesus como o Messias e o Rei de Israel, bem como Aquele que
haveria de salvar o Seu povo dos pecados deles. A frase inicial nos fornece a chave do livro:
“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. Sete vezes o Senhor Jesus
é tratado como “Filho de Davi” no Evangelho, e dez vezes no total esse título se encontra ali. O
título “Filho de Davi” liga o Salvador ao trono de Israel; “Filho de Abraão” o liga à terra de
Israel — Abraão foi aquele a quem Deus primeiro deu a terra. Mas em nenhum outro lugar,
depois do primeiro versículo, se aplica outra vez a Cristo o título “Filho de Abraão”, visto que a restauração da terra a Israel é consequência da sua aceitação de Cristo como o seu Rei-Salvador, e o destaque feito neste primeiro Evangelho é a apresentação de Cristo como rei — doze vezes neste Evangelho se aplica esse título a Cristo.

Mateus é, em sua essência, o Evangelho dispensacional , e não se podem superestimar a sua
importância e valor. Mateus nos mostra Cristo sendo oferecido aos judeus, e as consequências
da rejeição deles para com Ele, ou seja, Israel é posto de lado, e Deus Se volta graciosamente
aos gentios. Temos, em Romanos 15.8,9, um resumo do propósito do Evangelho de Mateus:
“Digo, pois, que Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus,
para confirmar as promessas feitas aos nossos pais; e para que os gentios glorifiquem a Deus por causa da sua misericórdia”. Cristo não apenas nasceu dos judeus, mas nasceu, antes de tudo, para os judeus, de forma que na linguagem do profeta eles podiam dizer: “um menino nos nasceu, um filho se nos deu” (Isaías 9.6). O Evangelho de Mateus explica por que Israel, nos demais livros do Novo Testamento, é apresentado como temporariamente rejeitado por Deus, e por que Ele agora busca dentre os gentios um povo para Si. Em outras palavras, este
Evangelho nos mostra por que, na presente dispensação, a Igreja substitui a teocracia judaica.
Mateus fornece a chave para a forma de Deus lidar com o mundo nesta Era: sem um claro
entendimento deste primeiro Evangelho, é praticamente impossível compreender o restante do Novo Testamento. Vamos considerar agora alguns dos traços principais e características
peculiares do Evangelho de Mateus.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

O que sabemos sobre fé


A fé é uma riqueza herdada
Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?
Tiago 2:5

Deus não faz acepção de pessoas (Tg 2:1), mas escolhe os pobres deste mundo para faze-los ricos na fé, a fim de que sejam à imagem de seu filho Jesus, pois este ao se desfazer de sua glória, tornou-se igual a nós, para que também os herdeiros se tornem iguais a Ele, pela fé nEle.

A fé cresce
Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por vós, como é justo, porque a vossa fé cresce muitíssimo e o amor de cada um de vós aumenta de uns para com os outros,
2Tessalonicenses 1:3
A fé cresce, porque Deus é quem dá o crescimento. A fé é dom de Deus como está escrito em Efésios 2:8. Além de dar a fé a, faz com que ela cresça.

Pela fé somos guardados
Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo,
1Pedro 1:5

Não nos podemos guardar a nós mesmos, Deus nos guarda. Se somos guardados por Deus é através da fé que Ele nos dá e nos exercita nela com provas para nos fortalercermos e permanecermos nEle.



A fé tem um fim
Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.
1Pedro 1:9
A fé tem uma finalidade, que é a salvação das nossas almas,  e é finita; no céu não é necessária. Para alguns ela é um fim no começo, significa que a fé é bastante somente para tirar do Egito. Para outros é começo no fim, isto é, só para se chegar ao céu, a terra da promessa. No entanto a palavra é “alcançando o fim da vossa fé,” ela é um meio de vida, como está escrito, “mas o justo viverá pela fé, se ele se desviar, minha alma não terá prazer nele”. De que adiantou os hebreus terem crido para sair do Egito se morreram no deserto?

A fé nos põe a trabalhar
E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência,
2Pedro 1:5
Uma construção, ainda que todo material seja fornecido por Deus, somos participantes da obra de edificação. A fé é principio, a ela são acrescentadas outras bençãos, todas dadas pelo Pai, pois não temos condição de criar ou fazer, o Senhor Deus só nos faz descobrir aquilo que vai nos dando.

A fé nos põe a batalhar
Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.
Judas 1:3
 A fé não é de todos, foi dada aos santos, ela é perseguida, tentam deturpá-la ou mesmo aniquilar no coração dos santos, mas foi dada a eles, e não lhes será tirada. Jesus diz a Pedro no último dia de sua vida, “roguei por ti para que tua fé não desfaleça”, e de fato não desfaleceu.  Judas exorta crentes novos sobre as dificuldades e pelejas da fé, batalhem, lutem, armem-se e vençam a luta da fé contra os falsos na fé.

De modo geral repetimos que a fé é o firme fundamento das coisas que se não veem e a prova daquilo que se espera, mas há muito mais para nos apropriarmos, e crescermos na graça e no conhecimento de Cristo Jesus. Precisamos crer de maneira completa. Temos um Deus rico, uma fé rica e o mapa da mina que é a Palavra de Deus - a Bíblia.